O mercado imobiliário no país apresentou esse ano uma mínima recorde na taxa básica de juros. Quem dispunha de um imóvel, começou a se desfazer dos ativos para um incremento de caixa. A tática não é só uma prerrogativa para empresas em dificuldades e que buscam conciliação junto à justiça de suas dívidas, mas principalmente para quem está com as finanças em dia, porém com a pretensão de levantar recursos.
Esse é, segundo analistas, um movimento iniciado este ano, mas cuja tendência é entrar em 2021 a dentro. Outro ponto é que muitos escritórios e lojas acabaram diminuindo espaços em função de um novo modelo híbrido de trabalho, adotado durante a pandemia, o que ajudou a reduzir custos.
Aliás, o trabalho em ritmo de home office fez com que a Usiminas – uma empresa do setor siderúrgico – desse uma nova roupagem ao prédio histórico em Belo Horizonte, ao vendê-lo para ser transformado em um hospital. Em um imóvel alugado uma porcentagem dos funcionários da siderúrgica serão aproveitados.
Os economistas acreditam que o que está acontecendo é algo que vai na direção de uma normalidade, ou seja, as empresas terão menos imóveis no balanço e assim irão lançar mais recursos em suas atividades principais. Os especialistas apontam que o sobrecarregamento de imóveis por parte das empresas só acontecia em razão de juros altos, com menos investidores.
Entusiasmados pela Selic, que apresenta uma taxa de juros de 2% ao ano, os fundos imobiliários se transformaram em potenciais compradores de ativos corporativos. Há bancos inclusive que já investiram cerca de R$ 3,5 bilhões em fundos por eles administrados, somente neste ano, incluindo desde prédios com salas comerciais até galpões logísticos.
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Fundos imobiliários: Como ganhar com aluguel sem ter imóvel
Especialistas em pesquisas imobiliária mostram que em São Paulo 32 edifícios foram adquiridos por fundos imobiliários neste ano, o que possibilitou um capital de R$ 4,87 bilhões. Em comparação ao ano anterior, este valor representa praticamente o dobro do registrado em 2019.
Muitos investidores encontraram nestes fundos, uma direção para a renda variável, dizem os especialistas. Para exemplificar, neste ano de 2020, os investidores passaram de 645 mil para 1,1 milhão, conforme os dados confirmados pela B3.
Mas, o mercado aponta que não são apenas prédios corporativos que estão na lista dos mais procurados. Lojas de supermercados também estão na mira desta transação, onde a empresa comercializa o imóvel e, ao mesmo tempo, fecha um contrato de aluguel de longo prazo com o fundo. Isso equivale praticamente a receber o dinheiro na hora da transação, com uma dívida de longo prazo, porém a um custo notadamente bom.
Na prática, é uma oportunidade das empresas se financiarem. E ainda tem mais, conforme os economistas: com a consolidação dos juros, mais e mais empresas irão procurar na venda dos seus ativos, a estabilização de recursos em caixa. Essa estratégia é, por sinal, usada por multinacionais, onde não há apego ao imóvel, ao contrário de empresas familiares. Para aproveitar oportunidades que prometem chegar com força total, o fundo já iniciou um planejamento para nova oferta, para captação de recursos já no início de 2021.
A venda destes ativos imobiliários, inclusive, se tornou uma ferramenta a favor de empresas que necessitam de caixa para continuar em ação. Haviam muitas empresas com ativos “encalhados” há anos e que em 2020, acabaram valorizando o dobro e com venda garantida. Mas, conforme os especialistas, há muitas empresas que pediram recuperação judicial, sem contudo ter ativos para vender.
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