O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (15) que elevou as taxas variáveis de juros em 0,75 p.p., mantendo o ritmo anunciado pela autarquia na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Com o ajuste, as taxas variáveis estão em um intervalo de 1,5% e 1,75%, a maior desde 1994.
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“Claramente, o reajuste de 75 pontos-base é anormalmente grande e não é comumente esperado para o futuro”, disse o chairman do Fed, Jerome Powell. “Da perspectiva de hoje, um ajuste de 50 ou 75 pontos-base são os mais prováveis para a nossa próxima reunião”.
O aumento nos juros é uma reação às taxas inflacionárias do país, que são as maiores em 40 anos. De acordo com dados de maio, o IPC dos EUA acumulou alta anual de 8,6%, 0,3 p.p. maior que o mês anterior.
Agora, o Fed analisa que a taxa deve ficar alta por mais tempo. De acordo com os estudos, as projeções para a taxa ao término do ciclo de altas estão em 3,8% em 2023. Ao mesmo passo de aceleração, a inflação deve ficar em 5,2% em 2022.
“A atividade econômica parece ter acelerado após atingir uma baixa no primeiro trimestre do ano”, disse a autarquia. No futuro, é esperado que o FOMC continue com o ritmo de reajustes nas taxas de juros.
A soma de uma inflação alta e PIB aquém do esperado – projetado a 1,7% ao término de 2022 – aumentam as suspeitas de que os EUA podem enfrentar uma recessão no próximo ano, coisa que o Fed quer evitar.
A próxima reunião do FOMC está marcada para o final de julho com mais reajustes no radar. As altas, porém, não devem seguir em um ritmo acelerado e devem ser graduais.
“Nós vamos fazer nossas decisões a cada reunião e continuaremos comunicando nosso modo de pensar sempre o mais claro possível”, disse Powell.