Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), deve levar mais sete anos para que o Brasil consiga recuperar o PIB per capita que o país tinha antes das crises de 2014-2016 e pandemia de COVID-19 em 2020.
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita representa o total dos bens e serviços produzidos no país em relação ao número de habitantes. No caso de uma queda no PIB e um crescimento populacional, por exemplo, a tendência é que o PIB per capita sofra uma queda ainda mais acentuada.
Ao mesmo passo, caso a população cresça na medida que o PIB também suba, o PIB per capita deve subir em um ritmo menor devido ao aumento no número de pessoas.
Atualmente, o PIB per capita brasileiro já é maior que as quedas registradas em 2015, mas ainda não chegaram ao patamar de 2019, um ano antes da pandemia de COVID-19.
“A nossa projeção tem inclusive viés de baixa, uma vez que entendemos que 2022 e 2023 ainda serão anos difíceis. Voltar para uma média de crescimento de PIB de mais de 2% não é trivial. E, se a gente conseguir isso, é só em 2029. Ou seja, 16 anos depois do pico de 2013”, afirma economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre e autora do levantamento, para o G1.
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FMI: crescimento do Brasil deve ser próximo de zero em 2022
Os dados fracos para o PIB per capita para os próximos anos acompanham os dados de crescimento econômico aquém do apresentado pelo mercado global. De acordo com o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), o PIB brasileiro deve crescer 0,30% em 2022.
As projeções do Focus acompanham as apostas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que também acredita em um crescimento de 0,30%. Caso se concretize, será o pior crescimento econômico considerando os 16 países estudados e blocos como a ASEAN-5, que conta com a Filipinas, Singapura, Indonésia, Tailândia e Malásia.
“A economia global entra em 2022 com uma posição mais fraca que o previsto anteriormente. Com o avanço da variante Ômicron de COVID-19, os países aplicaram medidas de restrição”, diz o relatório do FMI divulgado em janeiro. “O aumento nos preços de energia e problemas na cadeia de suprimentos resultaram em uma inflação maior que o esperado, notavelmente nos Estados Unidos e em múltiplas economias emergentes e em desenvolvimento”.
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