Depois de meses marcados por atrasos, o governo brasileiro faz avanços na divulgação de um plano nacional de imunização contra COVID-19, que deve ser apresentado oficialmente hoje. Mesmo com a notícia positiva, o documento ainda passa por polêmica entre técnicos que atuaram como assessores do Ministério da Saúde.
Depois de mais de um mês, todos os líderes de países democráticos parabenizaram Joe Biden pela vitória nas eleições presidenciais dos EUA. O desafio daqui para frente é conciliar a diplomacia brasileira, aliada ao até então presidente Donald Trump, com a nova administração do país.
Esses e outros destaques você confere agora.
BOLSONARO RECONHECE VITÓRIA DE BIDEN
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu oficialmente na tarde de terça-feira (15) a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos EUA. O presidente parabenizou Biden, e reforçou a aliança Brasil-EUA.
O presidente brasileiro foi o último entre os países democráticos a reconhecer a vitória de Joe Biden. Ontem, três líderes parabenizaram o democrata, sendo estes o Vladimir Putin, da Rússia, Andrés Manuel López Obrador, do México, e Jair Bolsonaro, do Brasil.
O reconhecimento das três potências veio depois de uma segunda-feira (14) de vitórias para Biden. Em votos no Colégio Eleitoral, a consagração da vitória do democrata prova que nenhum indício de fraude foi encontrado no processo eleitoral do país.
O reconhecimento de Bolsonaro é um alívio para a diplomacia do país, que depende das boas relações com os Estados Unidos. É um alívio também para a economia, com alguns setores se beneficiando da vitória de Biden, e fim das políticas protecionistas duras de Donald Trump.
A principal pauta a ser discutida nas relações Brasil-EUA é a ambiental. Ainda durante a campanha à presidência, Joe Biden disse querer unir o mundo em defesa da Amazônia se caso o Brasil falhar em proteger as terras ambientais.
Em setembro, Bolsonaro rejeitou uma ajuda de US$ 20 bilhões ofertada por Joe Biden para proteger a Amazônia. Na ocasião, Bolsonaro escreveu em uma rede social:
“O candidato à presidência dos EUA, Joe Biden, disse ontem que poderia nos pagar U$ 20 bilhões para pararmos de “destruir” a Amazônia ou nos imporia sérias restrições econômicas. O que alguns ainda não entenderam é que o Brasil mudou. Hoje, seu Presidente, diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas demarcações ou infundadas ameaças. Nossa soberania é inegociável”.
PAZUELLO E BOLSONARO DEVEM APRESENTAR HOJE O PLANO DE VACINAÇÃO DA POPULAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresentam hoje o plano nacional de operacionalização da vacinação contra o COVID-19. A cerimônia está marcada para às 10h da manhã no Palácio do Planalto.
Entre os principais pontos do documento, está a lista de grupos prioritários da vacina, que segue o mesmo padrão do adotado nos EUA e Reino Unido. Profissionais da saúde, idosos e moradores de asilos devem ser os primeiros a receberem doses da vacina.
Ontem, o governo disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o país deve começar a vacinar a população 5 dias depois do registro, ou autorização, de um dos compostos. O governo ainda não sabe que vacina deve ser a escolhida pelo Ministério da Saúde, nem a data definitiva do início da imunização.
O plano nacional de vacinação, que foi divulgado no sábado (12) e pode ser lido na íntegra aqui, não está livre de polêmicas. Mais de 30 pesquisadores, cujas assinaturas constam no documento, assinaram uma carta aberta, dizendo que sequer viram a versão final do plano, e sequer aprovaram.
MP SOBRE VACINA DEVE SER VOTADA AMANHÃ, SEM ‘TERMO DE RESPONSABILIDADE’
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, disse nesta terça-feira (15) que a MP da vacina deve ser votada amanhã, na quinta-feira (17). A MP, que prevê R$ 20 bilhões para a compra de vacinas, deve deixar de fora o termo de responsabilidade citado por Bolsonaro.
“O relator não vai incluir esse retrocesso na MP. Que seja incluído por emenda do governo, não por um partido da presidência da Câmara. O governo que tente ganhar no Plenário”, disse Maia sobre o termo de responsabilidade.
Ontem, Bolsonaro havia anunciado a liberação de R$ 20 bilhões para a compra da vacina, mas quem desejasse tomar o imunizante, teria que assinar um termo de responsabilidade. A justificativa do presidente é uma cláusula no contrato com a Pfizer (PFE), que diz que a empresa não se responsabiliza por efeitos colaterais.
CONGRESSO ANALISA NESTA QUARTA A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que vai servir de base para o orçamento de 2021, deve ir à votação hoje no Congresso Nacional. A equipe econômica já definiu a meta de déficit primário para 2021, ficando em R$ 247,1 bilhões.
A votação acontece em meio à disputa pelas cadeiras na Câmara e Senado, mas ela precisa acontecer para não prejudicar o pagamento de salários, benefícios sociais e aposentadorias no ano que vem, que correm risco de perderem a base legal.
Ontem, o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), disse discordar da proposta da equipe econômica de permitir a aplicação de gastos temporários até que o Orçamento da União seja aprovado.
Saiba mais
Joe Biden é eleito o 46º presidente dos EUA, e como fica o Brasil?
AGENDA
Às 8h: o índice de inflação IPC-S é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O PMI composto da Zona do Euro foi divulgado às 6h. Subiu 49,8 pontos em dezembro, representando uma leve retraída.
BOLSAS E CÂMBIO
Os mercados globais começaram a quarta-feira (16) com tendência de alta nos principais índices. O início da vacinação contra COVID-19 nos Estados Unidos e Reino Unido continua sendo um fator de influência no otimismo dos investidores, que esperam pela retomada da normalidade. Além disso, existe uma expectativa quanto a uma possível aprovação de um novo pacote de estímulos fiscais nos EUA.
Na Europa, indícios de uma negociação comercial positiva sobre o Brexit refletiu em tendência de alta nas bolsas.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,86%, indo a 396,20 pontos
- DAX (GDAXI): +1,69%, indo a 13.588,32 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +1,06%, indo a 6.582,15 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,78%, indo a 5.573,52 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,92%, indo a 22.137,50 pontos
Influenciados pelo otimismo quanto às vacinas e as negociações de um pacote fiscal nos EUA, as bolsas asiáticas fecharam registrando altas.
- Hang Seng (HK50): +0,97%, indo a 26.460,29 pontos
- KOSPI (KS11): +0,54% , indo a 2.771,79 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -0,01%, indo a 3.366,98 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,26%, indo a 26.757,40 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,18%, indo a 4.943,87
As expectativas dos investidores é a aprovação do novo pacote fiscal nos EUA antes do ano acabar.
Na segunda, um grupo bipartidário de advogados divulgou dois projetos de estímulos fiscais para o país, que incluem benefícios para a população desempregada e pequenas empresas.
Às 8h da manhã:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,32%, indo a 12.636,88 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,29%, indo a 30.202,0 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,34%, indo a 3.699,62 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quarta-feira (16):
- Às 9h05, o Dólar caiu -0,37%, a R$ 5,069
- Às 9h05, o Euro subiu +0,04%, a R$ 6,192
Foto: Agência Brasil / Divulgação
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