Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a geração energética do país não será suficiente para suprir a demanda a partir de outubro. Segundo o órgão, é “imprescindível” que a oferta de energia elétrica suba em pelo menos 5,5 GW, atingível com a importação de energia e a ativação de mais usinas termelétricas.
A crise hídrica que assola o Sudeste e Centro-oeste do país ainda deve demorar para acabar. Segundo órgãos do governo, como o Ministério de Minas e Energia (MME), a seca deve durar até pelo menos novembro.
Para tentar suprir a demanda, o governo já aprovou a ativação de usinas termelétricas. O problema é que a energia gerada é mais cara, e fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentasse o segundo patamar da bandeira vermelha, que atualmente conta com um valor adicional de R$ 6,24 a cada 100 kwh consumidos.
Até o momento, porém, previa-se que os problemas não passariam das pressões inflacionárias. O MME chegou a dizer diversas vezes que não pretende aplicar racionamentos compulsórios no país, mas o ministro Bento Albuquerque garantiu que além de novos aumentos na conta de luz, o governo deve bonificar aqueles que economizarem no consumo.
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“Não trabalhamos com essa hipótese. Isso tem que ficar muito claro. É importante dizer que, dentro dessa transformação toda pela qual o setor vem passando, entre 2021 e 2022 nós vamos agregar 16.000 km de linhas de transmissão. Isso significa 10% do que temos hoje. Isso potencializa muito a segurança. Vamos agregar ao sistema 15.000 MW de capacidade instalada de geração de energia. Isso significa 8% da atual capacidade instalada no país, que é de 185 mil MW. Isso mostra a robustez do setor elétrico brasileiro para enfrentar situações adversas, como estamos enfrentando”, disse o ministro Bento Albuquerque.
Com o novo relatório da ONS, porém, o risco de apagões e blecautes se acentua. O órgão listou uma série de medidas que podem auxiliar o governo no enfrentamento da crise, como adiar as manutenções nas usinas, importação da Argentina e Uruguai, resolver questões judiciais que envolvem cinco termelétricas, e a ativação adicional de mais usinas.
“O atendimento energético é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais, resultando em ganhos de armazenamento e eliminando possíveis déficits”, disse a ONS.