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Horário de verão é uma opção viável em um momento de crise hídrica, dizem especialistas e setor empresarial

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O agravamento da crise hídrica no Sudeste e Centro-Oeste do país vem preocupando diversos setores brasileiros, causando pressões inflacionárias na economia do país. A seca deve durar até novembro, segundo órgãos governamentais.

Do lado consumidor, a crise pode significar racionamentos, possíveis apagões e aumento na conta de luz. Nessa semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou em 52% a carga extra na cobrança por 100 kWh.

Do lado da indústria, além do aumento na conta de luz, a crise hídrica pode provocar uma coisa pior: racionamentos.

Atualmente, o governo federal nega a possibilidade de um racionamento compulsório no país. Porém, em um pronunciamento na segunda-feira (28), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, além de pedir um consumo “consciente e responsável” por parte da população, mencionou a respeito de um “racionamento voluntário” na indústria.

“Em parceria com a indústria, estamos finalizando o desenho de um programa voluntário que incentiva as empresas a deslocarem o consumo dos horários de maior demanda de energia para os horários de menor demanda, sem afetar a sua produção e o crescimento econômico do País”, disse o ministro.

Enquanto o governo federal estuda suprir a demanda por energia elétrica no país com a aprovação do acionamento de usinas termelétricas, por exemplo, a retomada do horário de verão, para diversos especialistas, deve ser considerada.

O horário de verão foi aplicado em 2008 e foi extinto em 2019. Sua principal função era gerar economia de energia elétrica, mas também trazia vantagens para setores comerciais que ganham uma hora “extra” no fim do dia.

De acordo com o ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Luiz Eduardo Barata, ele foi extinto por ter perdido a efetividade.

“Acredito que o governo tivesse outro tipo de informação, além das informações do setor. O horário de verão não era prejudicial, acontece que, ao longo dos anos, numa mudança no comportamento da carga, ele foi perdendo a importância”, disse o ex-diretor à CNN Brasil.

Segundo ele, o retorno do horário de verão é uma opção viável pois “Diante dessa crise, eu acho que o horário de verão é uma variável que poderia ser usada para ver se acrescentaria algum ganho, por menor que seja, já que estamos numa situação de muito aperto”, disse.


Saiba mais

Efeito cascata: entenda como a retomada econômica brasileira pode ser prejudicada pelos efeitos inflacionários da crise hídrica


A pressão também acontece por parte de um dos setores mais afetados pela alta da conta de luz: o de turismo. 

Diversas iniciativas estão enviando pedidos formais para o presidente Jair Bolsonaro para o retorno da prática. Uma delas é da Confederação Nacional de Turismo (CNTur), de Santa Catarina, Paraná e Bahia. Outra é liderada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Segundo as iniciativas, o retorno do horário de verão pode beneficiar diretamente o setor, além de ajudar na economia de energia durante a crise hídrica.

Para o Ministério de Minas e Energia, porém, a aplicação do regime de horários não traz benefícios no sentido de redução da demanda por energia elétrica. Segundo o ministério, isso se dá porque o modo como o brasileira consome energia mudou.

Foto: Câmara dos Deputados / Reprodução

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