De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas da China, o índice de preços ao produtor (IPP), também conhecido como a inflação na “porta de fábrica”, subiu 9,1% em janeiro na taxa anual do índice.
Foi o dado mais fraco desde julho do ano passado. A expectativa é que o índice subiria 9,5% na taxa anual.
Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente ao mês de janeiro registrou alta de 0,9% considerando a taxa anual do índice, ficando abaixo das expectativas do mercado. Na variação mensal, a alta foi de 0,4%.
Atualmente, a inflação da China se comporta de maneira distinta se comparada com outras grandes potências globais. Na Zona do Euro e Estados Unidos, por exemplo, as pressões inflacionárias tornam inevitáveis os aumentos nas taxas de juros para tentar conter a alta nos preços.
Uma das causas que explicam a desaceleração no IPC é a série de atitudes do governo que garantiram uma boa cadeia de suprimentos antes o feriado do Ano Novo Lunar, que iniciou no primeiro dia de fevereiro.
Além disso, o preço da carne suína apresentou uma grande desvalorização de 41,6% na comparação anual, 4,9 p.p. abaixo da taxa anual registrada no mês de dezembro.
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China vai na direção contrária do mundo e reduz as taxas de juros
A desaceleração na alta dos preços pode criar mais espaço para reduções nas taxas de juros. Em janeiro deste ano, os juros de referência (LPRs) de um ano foram reduzidos de 3,80% para 3,70% pelo Banco Popular da China (PBoC em inglês), enquanto os juros de médio prazo (MLF) foram reduzidos de 4,65% para 4,60%.
As reduções devem ajudar a impulsionar a economia, que deve sofrer desacelerações no Produto Interno Bruto (PIB) por conta das duras restrições aplicadas no país para evitar mais infecções pela variante Ômicron do novo Coronavírus.
Além do avanço da Ômicron, existe uma crise de falta de oferta e demanda, com quedas no consumo privado. O choque imobiliário provocado pelo colapso da Evergrande também afeta a economia do país.
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