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Agência Internacional de Energia não descarta que Rússia corte exportações para Europa; investimentos no setor devem subir 8% em 2022 

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A Agência Internacional de Energia (IEA) publicou hoje (22) um relatório sobre a demanda e os gastos com energia ao redor do mundo. Segundo divulgado pela agência, os investimentos em energia devem subir 8% em 2022, alta impulsionada pela alta demanda por energias renováveis e também pela escalada nos preços de energia no mercado internacional. 

Fatih Birol, diretor executivo da IEA, apontou em depoimento à agência Reuters que um corte unilateral das exportações russas para a Europa também está no radar de risco da organização. 

“Eu não descartaria que a Rússia continuasse a encontrar problemas diferentes aqui e ali e continuasse encontrando desculpas para reduzir ainda mais as entregas de gás para a Europa e talvez até cortá-las completamente”, disse. Esse, no entanto, ainda não é o cenário mais provável segundo o executivo. 

O conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu tem elevado os custos de energia ao redor do mundo. Esse movimento, segundo a IEA, impacta famílias, indústrias e economias como um todo, especialmente em países com economias mais frágeis. Por esses motivos, a agência aponta que é necessário encontrar alternativas às matérias-primas russas. 

“Alguns dos déficits imediatos nas exportações da Rússia precisam ser atendidos pela produção em outros lugares, principalmente de gás natural, e novas infraestruturas de GNL também podem ser necessárias para facilitar a diversificação da oferta fora da Rússia”, aponta. 

Segundo a IEA, os investimentos em energia a nível global devem chegar a US$ 2,4 trilhões em 2022. A agência aponta que, apesar do número chamativo, o crescimento do investimento é insuficiente para remediar os impactos da crise energética global e para cumprir as metas de implementação de energias renováveis. 

“O investimento em energia limpa cresceu apenas 2% ao ano nos cinco anos após a assinatura do Acordo de Paris em 2015. Mas desde 2020, o ritmo de crescimento acelerou significativamente para 12%. Os gastos foram sustentados pelo apoio fiscal dos governos e auxiliados pelo aumento das finanças sustentáveis, especialmente nas economias avançadas”, afirma a agência. 

Esses avanços, porém, não acontecem de forma uniforme ao redor do mundo. As chamadas economias desenvolvidas e a China estão em um ritmo de implementação de energias limpas muito mais acelerados que o restante do mundo. Esse cenário segundo a IEA, coloca o mundo em uma situação considerada delicada. 

“No geral, os gastos atuais com petróleo e gás estão entre duas visões do futuro: são muito altos para um caminho alinhado com a limitação do aquecimento global a 1,5°C, mas não o suficiente para satisfazer a demanda crescente em um cenário em que os governos seguem as configurações de políticas atuais e não cumprem suas promessas climáticas”, aponta a nota da IEA. 

O cenário ambíguo não se limita às questões climáticas. Enquanto setores da economia sofrem com o avanço constante nos custos de commodities energéticas, empresas ligadas a essas matérias-primas passam por um momento sem precedentes de prosperidade. Segundo números publicados pela IEA, as receitas do setor de petróleo e gás natural devem chegar a US$ 4 trilhões em 2022, mais do que o dobro da média dos últimos cinco anos. 

Guilherme Guerreiro

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