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O que aconteceu com o Bitcoin?

3 Minutos de leitura

Há um pouco mais de sete meses atrás, o Bitcoin (BTC) atingia seu valor recorde de US$ 69 mil, poucos meses após quedas intensas que colocaram a criptomoeda abaixo de US$ 33 mil. 

Nesta segunda-feira (20), porém, às 16h, a mais popular das criptomoedas está custando US$ 19,9 mil, o mesmo patamar de novembro de 2020. No sábado, o BTC chegou a custar US$ 17,5 mil. 

Para se ter uma ideia da dimensão da queda do mercado de criptomoedas nos últimos meses, a capitalização total das criptos era de US$ 2,9 trilhões em novembro do ano passado. Hoje, é de aproximadamente US$ 877 bilhões. 

Abaixo, acompanhe a variação do Bitcoin desde o pico alcançado no ano passado: 

Fonte: CoinMarketCap

Afinal, o que aconteceu? 

O forte selloff que marcou os últimos meses no mundo crypto é resultado de um sentimento pessimista no mercado global, mas também um sintoma direto da quebra de importantes criptoativos e de companhias do ramo. 

Tudo começou com o colapso da TerraUSD (UST), que por ser uma stablecoin deveria ter paridade com o Dólar. Com a queda no mercado crypto, o mecanismo que mantinha a estabilidade da moeda parou de funcionar e as perdas foram acima de 44% em um dia. 

Stablecoins são ativos que visam ter baixíssima volatilidade e são lastreados em ativos como ouro, petróleo, ou outras moedas oficiais. No caso da TerraUSD (UST), a moeda deveria sempre possuir valores próximos a US$ 1, mas chegou a desabar para US$ 0,29 em um curtíssimo espaço de tempo. 

A queda da TerraUSD (UST) foi abordada em detalhes em outra matéria sobre o tema. O sintoma direto desse episódio foi uma perda de fé dos investidores nos ativos decentralizados que deveriam ser estáveis. 

A queda da TerraUSD (UST) também pode ser interpretada como um início de um efeito dominó que pode alastrar para outras companhias do mundo crypto, trazendo quedas ainda mais intensas para as criptomoedas. 

Pouco tempo após o colapso da Terra (LUNA), a Celsius, empresa de empréstimos de criptomoedas, bloqueou saques de clientes em sua plataforma como uma medida de proteção às adversidades do mercado. Segundo a própria companhia, os problemas a serem resolvidos vão “demorar”, deixando um gosto amargo nos investidores. 

A situação da Celsius botou pressões sobre o mercado de stETH, token cujo preço deveria ser equivalente ao do Ether (ETH), da rede Ethereum. Na última sexta-feira (17), o stETH estava sendo negociado até 8% abaixo do ETH. 

A Babel Finance, que também opera através de empréstimo de criptomoedas, seguiu o caminho da Celsius e bloqueou os saques de todos os clientes no último fim de semana. 

Empresas com grandes exposições no mercado de stETH sentem o impacto direto da alta volatilidade do mercado, e foi exatamente isso que aconteceu com a empresa Three Arrows Capital, que também foi profundamente prejudicada pelo colapso da TerraUSD (UST). 

A Three Arrows Capital, de Singapura, lutou contra um gravíssimo problema de insolvência na semana passada, com clientes liquidando suas posições em massa e potencialmente levando a companhia à falência. 

Desconfiança e alta liquidação 

A trajetória das criptomoedas é cheia de conquistas, mas também cheia de altíssimos desafios. Para começar, os ativos decentralizados possuem dificuldade de serem levados à sério além do fator especulativo. 

Com o colapso de stablecoins e de empresas antes muito bem respeitadas no mercado, o sentimento dos investidores é de alta liquidação e pouca fé de que é um mercado seguro. 

É um sentimento agravado pela atual situação do mercado global, que está mais apreensivo, acompanhando os ajustes nos juros nos EUA e Europa e pressões energéticas severas advindas da guerra da Rússia. 

É exatamente por isso que alguns especialistas temem que a breve recuperação desta segunda-feira (20) no mercado de criptomoedas pode ser seguida de quedas mais intensas nos ativos digitais nas próximas semanas. 

Juan Tasso - Smart Money

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