Os trabalhadores da indústria offshore de petróleo e gás da Noruega entraram em greve nesta terça-feira (05). A paralisação acontece por problemas nos pagamentos de salários e pode reduzir a produção de gás natural no país em até 25% e de petróleo em até 15%.
A Noruega é a segunda maior fornecedora de commodities energéticas para a Europa, atrás somente da Rússia. Com a greve no setor, a cadeia de fornecimento de petróleo e gás para o Velho Continente pode ficar ainda mais comprometida.
O preço do gás natural a pronta entrega no Reino Unido subiu mais de 15% na esteira da greve dos funcionários do setor na Noruega. Além de ser a segunda maior fornecedora das commodities para o continente europeu, o país também é visto como uma peça-chave para combater os efeitos da guerra na Ucrânia na cadeira de fornecimento.
Com a greve, os planos de interrupção da importação de petróleo russo na União Europeia podem enfrentar mais um obstáculo. A paralisação chega em um momento crítico, principalmente para a demanda de gás natural na região, uma vez que o gasoduto Nord Stream 1, que leva gás da Rússia para Europa ocidental, está programado para fechar por 10 dias a partir do dia 11 de julho.
O corte na produção será, inicialmente, de 89 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), sendo 27,5 mil boepd de gás natural. A partir de amanhã (05), o corte pode chegar a 130 mil boepd e não se descarta um novo agravamento da greve no sábado (09).
A greve ocorre pois os trabalhadores de petróleo e gás offshore do país reinvidicam aumentos para remediar os efeitos da inflação no país. De acordo com os dados do Índice de Preços ao Consumidor, a inflação no país avançou 5,74% nos últimos 12 meses até maio deste ano.
Como reflexo da greve, o contrato do gás natural TTF holandês opera em alta no mercado internacional hoje. Às 10h01 (horário de Brasília), a commodity tinha uma valorização de 4,03% e estava cotada a 169,5 euros por megawatt/hora.