O mundo Tech recebeu uma péssima notícia nesta semana, mas muito longe de ser imprevisível. Nesta segunda-feira (05), a gigante do mundo da tecnologia, a sul-coreana LG, anunciou que vai parar com a produção de dispositivos móveis.
“Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente US$ 4,1 bilhões até o final de 2020”, disse a empresa em nota divulgada.
Agora, a atenção da empresa está voltada a setores de maior crescimento, como veículos elétricos, smart houses, robótica e inteligência artificial.
Mesmo representando apenas 2% da fatia de vendas de smartphones do mundo, disputando de gigantes como a Apple (23,4% do mercado) e Samsung (17% do mercado), a LG deixará um legado rico em inovação, e uma série de problemas a serem resolvidos com consumidores recentes da marca, além de trabalhadores em fábricas.
Demissão de funcionários
No caso do Brasil, a unidade da LG em Taubaté, no interior de São Paulo, é a única a confeccionar aparelhos móveis. Da força de trabalho total da fábrica, quase metade produz celulares.
Mesmo assim, a LG decidiu por encerrar as atividades em Taubaté, prejudicando também a produção de monitores e Notebooks. 700 funcionários devem ser demitidos, enquanto 300 serão mantidos no setor de call-center.
“Em virtude dessa decisão [fim da produção de celulares], a empresa também fará a transferência da produção de notebooks, monitores e all in one para sua unidade de Manaus, de modo que fortaleceremos nossa competitividade comercial em TV / PCs / monitores, com foco na fábrica existente de Manaus e, continuaremos a expandir com profissionais de vendas e serviços relacionados”, diz a nota da LG.
Segundo a empresa, outras linhas de negócio e produções devem ser mantidas no Brasil.
Saiba mais
E pra quem comprou um celular da LG?
A decisão não agrada muito aos consumidores. A LG prometeu que três anos de atualizações do sistema operacional Android caso o aparelho seja de um modelo de 2019 adiante serão garantidas. Os três anos começam a valer a partir do ano da compra.
Modelos intermediários da marca, como LG Stylo e LG K devem receber apenas atualizações por dois anos.
De gigante da tecnologia para inovações que dão prejuízos
Com 2% de participação de mercado, é quase inacreditável pensar que a LG era a terceira grande companhia do ramo de smartphones em 2013, na época atrás apenas da Apple e Samsung.
O último celular da companhia a gerar lucros para a empresa foi o modelo LGG3. Na época, era um dos únicos modelos do mundo a ter uma tela de altíssima resolução, de 2560×1440 pixels.
Os seguintes lançamentos da empresa, como o LGG4 e LGG5, já colocaram a companhia em prejuízos sucessivos.
Mesmo assim, a LG continuava sua bravata por hardwares de boa qualidade, áudio, câmera e software. Recentemente, a empresa chegou a anunciar um celular com tela rotativa, apelidado de LG Wing.
O LG Wing é um ótimo exemplo para compreender a saída da LG do ramo. Enquanto empresas como Samsung e Apple tentam manter um certo nível de padronização dos produtos lançados, a sul-coreana sempre se aventurou em inovações de design e aperfeiçoamento de hardware.
Embora isso não tenha rendido lucros que justifiquem a permanência da empresa no ramo, sua influência na indústria no todo é inquestionável, desde as inovações a criação de tendências.
Com a saída do ramo de smartphones, empresas como a chinesa Xiaomi e a sul-coreana Samsung devem se beneficiar e absorver parte dos consumidores fiéis ao Android da LG.
Foto: Gilly Berlin/Flickr
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