A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou nesta terça-feira (01) o uso emergencial da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, para o uso emergencial contra COVID-19.
Segundo a entidade, após procedimentos de estudos do imunizante, a OMS disse que a Coronavac “atende aos padrões para segurança, eficácia e fabricação” e que a aprovação “permite que países acelerem sua própria aprovação regulatória para importar e administrar vacinas contra a covid-19”.
É o sexto imunizante a receber a aprovação emergencial da OMS. No caso do Brasil, cuja vacina foi desenvolvida com parceria do Instituto Butantan, a CoronaVac é uma das três vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A aprovação é uma boa notícia por vários motivos. Primeiramente, como dito pela entidade, mais países podem aprovar o uso da vacina com o aval da mais importante autoridade sanitária do mundo.
Além disso, para brasileiros, visitar outros países pode ficar mais fácil. Isso porque com o reconhecimento da OMS, vacinados pela CoronaVac podem ser considerados como imunizados com segurança por mais países.
Outro destaque apontado pela OMS é sobre a facilidade de gerenciamento do imunizante. A CoronaVac pode ficar armazenada em temperaturas de 2ºC a 8ºC, sendo mais acessível a países com menos recursos de distribuição.
A CoronaVac, assim como a da Sinopharm, usam o vírus “inativado” para fazer a imunização. Neste caso, a vacina tem todas as proteínas presentes no vírus Sars-CoV-2, exceto pela proteína S, que é responsável por infectar as células do corpo.
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Estudo em Serrana (SP)
O anúncio da OMS acontece uma semana após a publicação de um estudo do Instituto Butantan acerca dos efeitos da imunização em massa em um município. Neste caso, o município de escolha foi Serrana, de São Paulo, que possui 45 mil habitantes.
O estudo demonstrou que após 95,7% da população tomar duas doses do imunizante, as mortes por COVID-19 foram reduzidas em 95%.
“A redução de casos em pessoas que não receberam a vacina indica a queda da circulação do vírus. Isso reforça a vacinação como uma medida de saúde pública, e não somente individual”, disse o diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palacios.
O chamado Projeto S teve início no dia 17 de fevereiro e vacinou, no total, 27.160 pessoas adultas com a segunda dose da CoronaVac. 38% da população tem idade menor que 18 anos, e portanto não podem ser vacinadas.
Um dos dados mais importantes do estudo se refere ao comprometimento da população para a imunização em segunda dose. A preocupação atual do Ministério da Saúde é em relação ao alto número de pessoas que não voltam para tomar a segunda dose.
De acordo com o estudo, em Serrana, 97,7% da população tomou a primeira dose da vacina, e 95,7% retornaram para a segunda dose.
Com a realização do estudo, a eficácia da vacinação em massa contra COVID-19 se reafirma como alicerce mais importante para a superação da pandemia no país.
Foto: Prefeitura de Parnamirim / Divulgação