A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou na manhã desta sexta-feira (17) um novo reajuste nos preços de gasolina e diesel nas refinarias. O aumento é de 5,18% no preço da gasolina e de 14,25% para o diesel.
O preço médio de venda da gasolina às distribuidoras passa de R$ 3,86 para R$ 4,06, enquanto o diesel salta de R$ 4,91 para R$ 5,61. As mudanças são válidas a partir de amanhã (18). Em nota, a petroleira estatal argumenta que o mercado de energia está passando por um momento delicado e que faz todos os esforços para manter os preços de gasolina, diesel e gás de cozinha estáveis pelo maior período possível.
“Com a aceleração da recuperação econômica mundial a partir do segundo semestre de 2021 e, notadamente, com o início do conflito no Leste Europeu em fevereiro de 2022, tem-se observado menor oferta e maior demanda por energia, com aumento dos preços e maior volatilidade nas cotações internacionais de commodities energéticas, em especial, do óleo diesel”, aponta o documento publicado hoje pela Petrobras.
O preço da gasolina estava sem reajuste desde o dia 11 de março, aproximadamente três semanas após o início da guerra na Ucrânia. O diesel, que tem situação mais delicada no mercado internacional, havia recebido um reajuste de 8,87% no dia 10 de maio. Segundo fontes ligadas ao jornal O Globo, o ‘sinal verde’ para o aumento ocorreu ontem em uma reunião extraordinária do Conselho de Administração da Petrobras.
PETRÓLEO E PREÇO NA BOMBA
A composição do preço dos combustíveis depende muito da volatilidade do mercado, uma vez que os mesmos seguem a cotação do barril do petróleo no mercado internacional. No ano, o barril de Brent já acumula alta de aproximadamente 60% e, de acordo com dados da manhã de hoje, está cotado acima dos US$ 115.
O preço ao consumidor final, no entanto, ainda depende de outros fatores como a carga tributária imposta aos combustíveis. Ao longo da semana passada, o Congresso aprovou o projeto de lei que determina a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – tributo estadual.
A Petrobras e a disparada nos preços dos combustíveis é um assunto sensível para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Em ano de eleições, o atual chefe do executivo tem pressionado a estatal a não repassar a alta no petróleo para o consumidor. Desde a posse de Bolsonaro, em 2019, a estatal já passou por três trocas de presidentes, motivadas principalmente pela alta nos combustíveis.
Os apelos do presidente, no entanto, vão contra a política de preços da empresa. Desde 2016, no governo de Michel Temer, a Petrobras adota o Preço de Paridade Internacional (PPI), política que nivela os preços do petróleo e seus derivados no país de acordo com o mercado internacional.
