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Petrobras tem lucros acima do esperado e tensões aumentam com o Planalto

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A Petrobras (PETR4) divulgou seus resultados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2022. A estatal obteve lucros líquidos de R$ 44,561 bilhões, superando as expectativas do mercado e batando um recorde para o período. 

No mesmo período do ano passado, os lucros líquidos haviam ficado em R$ 1,167 bilhão. É, portando, uma alta de 3718% nos lucros. 

“Esse resultado financeiro deve-se ao fato de termos agora uma Petrobras saneada, que reduzir os encargos com pagamento de dívida, investe com responsabilidade e opera com eficiência”, disse o presidente da companhia, José Mauro Coelho. 

O EBITDA ajustado recorrente da Petrobras também superou as espectativas do mercado e ficou em R$ 78,214 bilhões no 1T22, enquanto as receitas de vendas ficaram em R$ 141,64 bilhões. 

A dívida líquida, que estava em US$ 58,42 bilhões no primeiro trimestre de 2021, foi reduzida para US$ 40,07 bilhões nos primeiros três meses de 2022. 

Segundo a companhia, a alta nas receitas se deu principalmente pela alta de 27% do barril de brent, do Mar do Norte, no mercado internacional, além de maiores volumes de vendas internas devido a venda da refinaria de Mataripe e o aumento nas exportações. 


Saiba mais

Preço médio da gasolina passa de R$ 7,25 e bate recorde, diz ANP


Os bons desempenhos da estatal acabaram criando um desconforto no Planalto, que tenta mitigar os efeitos da alta do petróleo no mercado internacional. Em live, pouco antes da divulgação dos resultados trimestrais pela Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro classificou os lucros como “estupro”. 

“Se tiver mais um aumento [nos combustíveis], pode quebrar o Brasil. E o pessoal da Petrobras não entende, ou não quer entender. A gente sabe que têm leis. Mas a gente apela para a Petrobras que não aumente os preços”, disse o presidente. 

Bolsonaro ainda comentou acerca do pagamento de US$ 48,5 bilhões em dividendos anunciado pela estatal. 

“Sei que tem acionistas. Mas quem são os acionistas? Fundos de pensões dos Estados Unidos. Nós estamos bancando pensões gordas nos Estados Unidos”, disse Bolsonaro. “Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar mais os preços dos combustíveis”. 

O preço dos combustíveis é uma das principais contribuições para a inflação alta brasileira. De acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, a inflação acumulada de 11,30% foi acompanhada de uma alta de 6,70% nos preços dos combustíveis. 

A alta dos preços não é por acaso. Com o início da guerra na Ucrânia, o mercado energético global passou por intensas pressões, com o barril de brent chegando a passar de US$ 135 nas primeiras semanas de conflito. 

Como a Petrobras segue a paridade de preços internacional, a alta do barril no exterior significa reajustes nos preços das refinarias da estatal brasileira. Além disso, o preço que chega para o consumidor é impactado pelo Dólar, preços de distribuição e impostos. 

De acordo com a última pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina nos postos está em R$ 7,28 por litro, com alguns postos em São Paulo passando de R$ 8,50. 

Segundo o jornal Correio Braziliense, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) já aguarda um novo reajuste nos preços nas refinarias nos próximos dias. Considerando os valores do mercado externo, seriam de 12% da gasolina e 24% do diesel. 

Foto: Agência Brasil / Reprodução

Juan Tasso - Smart Money

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