O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a meta Selic, taxa básica de juros do Brasil, para 5,25% a.a. nesta quarta-feira (04). O movimento acontece após constantes pressões inflacionárias do país, que causam altas severas nos preços e demandam que o Banco Central (BC) aplique medidas de tentativa de contenção.
Com a alta na taxa, todos os rendimentos ligados à Selic, como o Tesouro Direto e os fundos de renda fixa, são afetados.
Por aqui, um dos rendimentos fixos mais populares, por conta de sua estabilidade e facilidade de aplicação, é a poupança, oferecida pelos grandes bancos do país para os brasileiros.
Atualmente, a caderneta da poupança rende 70% da meta Selic, mais a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada. Assim, a poupança passa a ter o rendimento de 3,68% ao ano com a mudança de ontem. Por mês, os ganhos são de 0,30%.
O grande problema da poupança, porém, não está na Selic, e sim na inflação. Os lucros gerados pela poupança precisam ser descontados na inflação do país, que atualmente soma altas severas.
Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado pelo IBGE e considerado como a inflação oficial do país, ficou em 0,54%. Na soma de 12 meses, a alta é de 8,35%.
De acordo com o último Boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central (BC) contando com a contribuição de mais de 100 instituições financeiras, a inflação brasileira deve terminar o ano em 6,79%, muito acima do teto da meta de 5,25% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
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Os rendimentos reais da poupança, portanto, estão em -3,11%, considerando os dados do Boletim Focus e a meta Selic publicada pelo Copom ontem (04).
Digamos que, por exemplo, você aplique R$ 10 mil reais na poupança. Em um ano, seus rendimentos, considerando um IR de 15% e 3,70% da poupança, ficam em R$ 10.367,50.
Considerando a projeção da inflação de 6,79%, porém, os retornos após um ano, com a aplicação inicial de R$ 10.000,00, ficam em R$ 9.689,00.
No caso de outras aplicações, como o Tesouro Selic, o rendimento real, considerando a projeção para a inflação, está em -1,35%.
Certificados de Depósito Bancário (CBDs) com pagamento de 120% do CDI, por exemplo, estão com rendimento real de -0,30%.
