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Rússia anuncia que banirá as exportações de gás para a Polônia

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Em mais um episódio da escalada de tensões no leste europeu, a Rússia anunciou nesta terça-feira (26) que banirá as exportações de gás natural para a Polônia. A medida acontece após o país se posicionar de forma contraria à exigência imposta por Moscou de pagamentos em Rublos pela commodity. 

Mais cedo, o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse que a Gazprom, principal exportadora de gás da Rússia, fez ameaças ao país durante a semana. 

“Posso confirmar que recebemos ameaças da Gazprom que estão ligadas, entre outras coisas, aos meios de pagamento”, disse Morawiecki, que também disse que o país tem armazenamento o suficiente para conseguir sobreviver a sanção russa. 

Agora a pouco, a Gazprom informou à PGNiG, petrolífera polonesa, que irá interromper o fornecimento de gás a partir desta quarta-feira (27) pela península de Yamal. 

Outro ponto que pode ter induzido à decisão russa é o anúncio do governo da Polônia feito no início da semana a respeito do envio de tanques para a Ucrânia, embora o número não tenha sido especificado. 

O anúncio do banimento das exportações empurrou o preço dos contratos de gás natural TTF (Title Transfer Facility) para € 104,95 por Megawatt-hora (MWh), alta de 12,84% às 16h desta terça-feira (26). 


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O sentimento do mercado reflete o receio do setor econômico, que teme que o pacote de sanções da Rússia se estenda para outros países da Europa. Países como a Alemanha, por exemplo, foram um dos primeiros a criticarem a exigência de pagamentos em Rublos pelo gás natural. 

Hoje em dia, a Europa possui uma relação de dependência com o mercado energético russo. 60% da matriz energética do continente é importada, e 38% destes tem como origem a Rússia. Na Alemanha, a dependência passa de 60%, que possivelmente aumentaria caso a construção do gasoduto Nord Stream 2 continuasse. 

Cortar totalmente a importação energética ainda é uma tarefa impossível para a União Europeia (UE), mas o continente já se prepara para reduzir a zero as importações de petróleo russo. O problema é que isso não deve acontecer de fato antes de 2027. 

Para muitos economistas, essa dependência da Europa é um dos motivos que impulsionam o desempenho da moeda russa apesar das sanções aplicadas pela UE e Estados Unidos. Anteriormente, a negociação por gás natural acontecia via Euro, e poucas vezes em Dólar. 

O Rublo, que chegou a tombar mais de 30% após a invasão promovida na Ucrânia, já recuperou o seu valor anterior ao do conflito. É resultado da série de medidas aplicadas por Moscou no mercado doméstico e internacional. 

Juan Tasso - Smart Money

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