Acontece hoje (03) mais uma edição da ‘super quarta’. A expressão é usada quando as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) — no Brasil — e do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) — nos Estados Unidos — acontecem nos mesmos dias.
Por diferentes fatores, os comitês dos BCs brasileiro e americano se encontram bastante pressionados em maio. Enquanto o Governo Federal e o Banco Central trocam farpas sobre o atual valor da Selic, nossa taxa básica de juros, o Federal Reserve se vê contra a parede com a crise bancária voltando a fazer parte do noticiário no mercado financeiro.
Mas o que deve acontecer nesta quarta-feira?
No Brasil, é difícil imaginar que o Copom faça qualquer alteração no valor da Selic nesta reunião. Os juros permanecem em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, quando o comitê encerrou um ciclo de aperto monetário de 18 meses.
O Copom sinalizou na última reunião, inclusive, que um novo aumento dos juros não estava descartado para 2023. O mercado não enxergava, até então, um corte na Selic acontecendo antes do último trimestre do ano.
Este cenário mudou, com alguns especialistas chegando a apontar que o primeiro corte nos juros pode acontecer já na reunião de junho do comitê. A desaceleração da inflação e o desempenho acima do esperado pelo IBC-Br — a ‘prévia do PIB’ — ajudaram na revisão positiva das projeções.
Na semana passada, porém, em sessão no Senado, o presidente do BC Roberto Campos Neto voltou a defender o alto patamar da taxa de juros. Segundo ele, os núcleos da inflação continuam elevados e a desaceleração do IPCA ocorre lentamente.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o Fed se encontra mais uma vez pressionado com a ameaça de uma crise financeira batendo na porta. A falência do First Republic Bank, que teve seus ativos adquiridos pelo JP Morgan, voltou a ligar o sinal de alerta para a situação do setor bancário no país.
Segundo o Monitor de Taxa de Juros do portal Investing, 89% dos especialistas apostam em um aumento de 25 pontos-base nos EUA, que levaria os juros na maior economia do mundo para a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano. 10% dos especialistas apostam em uma manutenção dos juros entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Mais importante do que a decisão do FOMC, no entanto, são possíveis sinalizações para as próximas reuniões do comitê. O mercado espera entender hoje, no comunicado de Jerome Powell, os planos do BC americano para os juros — se novos aumentos podem acontecer, quando as taxas podem cair, etc.
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