Segundo a nova CEO da AMD, Lisa Su, a crise no abastecimento de semicondutores, provocada pela pandemia de COVID-19 e problemas na demanda, deve recuar um pouco no segundo semestre do ano. A primeira metade de 2022, porém, ainda deve ser difícil.
“Nós acreditamos que o primeiro semestre seguirá difícil, mas as coisas ficarão um pouco melhores na segunda parte do ano”, disse ela em uma entrevista para a Yahoo Finance. “Um dos benefícios de ser uma grande companhia é usar essa escala para assegurar que recebemos nossa fatia justa de capacidade e suporte da indústria”.
Lisa Su foi recém nomeada CEO da Advanced Micro Devices (AMD) após a companhia confirmar a aquisição da Xilinx. A compra de US$ 49 bilhões foi a maior da companhia.
As ações da companhia subiam 3,96% às 14h35 desta segunda-feira (14) com o anúncio da aquisição.
A crise no abastecimento de chips foi causada por inúmeros fatores. A pandemia de COVID-19 causou uma queda drástica na demanda por semicondutores no setor automobilístico, visto que o isolamento social eliminou, por um tempo, a necessidade por um carro.
Enquanto isso acontecia, fábricas de celulares, videogames e computadores aproveitaram do vácuo da demanda para acelerarem as produções.
O problema é que o mercado de chips não se adapta tão rapidamente. Com a retomada na demanda por semicondutores para a fabricação de veículos, por exemplo, a demanda exacerbou perante a oferta, causando gargalos nas cadeias de distribuição.
A guerra comercial dos Estados Unidos e China também não ajudam. Recentemente, o país norte-americano proibiu a realização de negócios com a maior companhia de chips do país asiático, a Semiconductor Manufacturing International (SMIC).
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A Volkswagen, uma das maiores companhias do mundo do setor automobilístico, concorda com a CEO da AMD quanto as previsões de recuperação do setor. Segundo Murat Asksel, membro do Conselho Administrativo da companhia, situação deve melhorar no segundo semestre.
“A situação volátil nos afetará pelo menos até o final da primeira metade deste ano”, disse ele para a revista Automobilwoche.
A Volkwsagen foi diretamente afetada pela crise de semicondutores. No fim do ano passado, a previsão de unidades vendidas foi reduzida e alertas foram emitidos quanto futuras demissões nas fábricas.
Para Asksel, será apenas em 2023 que previsões mais precisas quanto a situação da crise poderão ser feitas, ao mesmo tempo em que a demanda estabiliza no setor de tecnologia.
Foto: Reuters / Reprodução