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Fundos Long Biased: o que são e por que investir?

3 Minutos de leitura

Fundos de investimentos são uma ótima alternativa para aquele investidor que busca diversificar a sua carteira, mas não tem o capital necessário para montar ativo por ativo um portfólio diverso ou não tem o tempo disponível para monitorar ativamente os mesmos. 

O mundo dos fundos, no entanto, é muito rico e complexo. Existem hoje no mercado diversos tipos de fundos e diversas estratégias diferentes para tentar garantir o máximo de rendimentos e/ou segurança para o capital investido. 

Nós podemos achar no mercado desde fundos com gestão mais passiva, como aqueles que replicam a carteira do Ibovespa, até fundos com maior exposição ao risco (e maior potencial de retorno) que investem empresas que ainda não estão na Bolsa. 

Entre os fundos tradicionais, nós temos três principais estratégias: Long Biased, Long Short e Long Only, termos que vão nos contar muito sobre os objetivos de cada fundo e nos dão uma perspectiva do que esperar dos mesmos ao comprar uma cota. 

Nesta semana, vamos falar sobre os fundos Long Biased. Para isso, nós conversamos com Subhojit Daripa, gestor na Atlas One. A Atlas One é uma gestora com foco em renda variável e especializada em fundos Long Only, Long Biased e Previdenciários. O time de análise da empresa tem, somado, mais de 150 anos de experiência no mercado financeiro. 

Atualmente, a Atlas possui R$ 500 mi em gestão. A empresa foca em uma filosofia baseada na análise fundamentalista, bottom-up e casos de valor e crescimento. Subhojit nos ajudou a entender como é feita a composição de um fundo Long Biased e quais os principais motivos que atraem os investidores para os mesmos. 

O QUE SÃO FUNDOS LONG BIASED? 

“No nosso caso, é um fundo de renda variável que tem como objetivo obter retorno absoluto com volatilidade controlada”, explica o gestor. Um dos diferenciais na estratégia Long Biased é a autonomia do gestor de escolher em que mercado expor os ativos, podendo variar a exposição de acordo com a ‘temperatura’ do mercado financeiro. 

O Atlas One Long Bias FIC FIM foca na compra e venda de ações, tanto no mercado brasileiro quanto no mercado internacional. O uso de derivativos tem como objetivo tanto suavizar os movimentos de queda quanto potencialmente alavancar os ganhos. 

“A estratégia é baseada em posições direcionais de ações que podem ser compradas ou vendidas no Brasil ou em mercados internacionais.  Além disso, o fundo faz uso de alocação de capital ativa podendo estar net comprado entre 10-100% de exposição.  O fundo faz uso de derivativos para proteção ou alavancagem”, afirma. 

Os ativos que irão compor os fundos são escolhidos após um processo de pesquisa minucioso por parte da equipe de análise. Ao gestor, é dada a responsabilidade de ler o mercado e suas nuances para entender os momentos corretos para expor os fundos as posições mais coerentes com o cenário do mercado. 

Quando comparado a outros fundos mais ‘conservadores’, como aqueles que replicam a carteira de um determinado índice, os fundos Long Biased dependem ainda mais da habilidade do gestor. A capacidade do mesmo de criar estratégias de compra ou de venda de ativos é fundamental para garantir lucros para os cotistas.


Saiba mais 

Para Allan Rodrigues, sócio da Grou Capital, a disciplina nos processos molda o sucesso de um fundo de investimentos


POR QUE INVESTIR EM FUNDOS LONG BIASED? 

A gestão ativa do fundo, para Subhojit, é um fator que torna os fundos Long Biased mais atrativos para os investidores. Esse monitoramento constante, aliado a uma estratégia de controle de volatilidade, ajudam a mitigar os riscos dos investimentos, trazendo ganhos mais constantes aos cotistas. 

“O fundo Long Biased reduz a volatilidade através de posição em caixa de maneira ativa além do emprego de derivativos que reduzem a volatilidade do fundo. A bolsa barata não é condição única para que os ativos performem favoravelmente”, explica o gestor. “Há inúmeros outros indicadores – micro e macroeconômicos – que determinam a direção da bolsa”. 

Ler esses indicadores pode ser uma tarefa difícil para o investidor comum, que pode não ter a capacitação necessária para operar com ativos de maior risco, como é o caso dos derivativos. Esse, no entanto, é justamente o trabalho dos gestores de fundos, que fazem essa leitura pelo investidor, que pode acompanhar os resultados através dos relatórios fornecidos pela gestora. 

“Cabe a gestão do fundo Long Biased o entendimento dos indicadores econômicos e a seleção de ativos que possibilitem tanto a geração de Beta quando de Alpha. Para tanto, o fundo pode empregar posições vendidas estruturais assim como hedges no portfólio para cenários de cauda”, completa o gestor da Atlas One. 

Guilherme Guerreiro

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