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BC levanta preocupação com Ucrânia e cenários inflacionários em ata do Copom

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Foi publicada na manhã desta terça-feira (22) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que ajustou a meta Selic, a taxa básica de juros brasileira, para 11,75% a.a. 

Na ata, o BC desperta uma preocupação com os cenários de incerteza econômicas provocado pela guerra na Ucrânia, afetando as condições financeiras e provocando altas nas commodities. No Brasil, o IPCA, considerado como a inflação oficial do país, segue elevado e mais persistente do que previamente previsto. 

“O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. Em particular, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas. Desde a última reunião, a maioria das commodities teve avanços relevantes em seus preços, em particular as energéticas”, diz a ata. 

Para o BC, a reorganização das cadeias de produção globais, com a detenção de mais estoques, ganhou novos impulsos com o conflito no leste europeu, pintando um novo panorama para a inflação global, que deve ser prolongada. 

Em relação às atividades econômicas brasileiras, a elevação dos prêmios de risco e o “aperto mais intenso das condições financeiras” desestimulam, mas o Copom avalia que o crescimento econômico nacional deve beneficiado pelo desempenho da agropecuária. 


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Focus: mercado projeta uma Selic ainda mais alta e uma inflação acima de 6,5%


Considerando os cenários de risco para a inflação, o Copom avalia uma possível reversão, mesmo que parcial, do aumento das commodities, o que jogaria as pressões das altas dos preços para baixo. 

Por outro lado, “políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país”, destaca o BC. 

Uma das preocupações quanto à inflação brasileira parte dos combustíveis, que sofreram árduas altas por conta de um petróleo mais caro no mercado internacional. Quanto a isso, o Copom avalia que o barril pode passar de US$ 123 ao final de 2023, extrapolando as projeções do mercado devido a uma conjuntura internacional particularmente anômala. 

Atualmente, o Focus, relatório semanal divulgado pelo BC, projeta uma inflação a 6,59%, já acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Quanto ao PIB, o crescimento deve ser de 0,50%. 

Considerando todos os cenários, o Copom achou prudente a elevação em 1 p.p., para 11,75% a.a., e avalia que outro ajuste na mesma magnitude deve ocorrer no próximo encontro, que está marcado para acontecer nos dias 3 e 4 de maio. 

Para o Focus, a Selic deve terminar o ano em 13,00% a.a. de acordo com as últimas projeções. 

Foto: Agência Brasil / Reprodução

Juan Tasso - Smart Money

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