A gigante do varejo Americanas (AMER3) divulgou recentemente um relatório preliminar que aponta para inconsistências contábeis perpetrada pela antiga diretoria da empresa. O relatório, elaborado pelos assessores jurídicos da administração, baseia-se em documentos fornecidos por um comitê de investigação independente e outros materiais complementares identificados pela administração.
Em fato relevante enviado à CVM, a empresa destaca que os documentos analisados sugerem que as demonstrações financeiras da Americanas foram manipuladas pela diretoria anterior, que também teria se esforçado para ocultar a real situação financeira e patrimonial da empresa do conselho de administração e do mercado.
A divulgação do relatório desencadeou uma reação positiva no mercado, com as ações da Americanas registrando uma alta de quase 19% no pico do dia. No entanto, apesar dessa recuperação, as ações ainda acumulam uma queda de 87% no ano.
Em um movimento adicional para estabilizar a empresa, os acionistas bilionários da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, concordaram em um período de lock-up de cerca de três anos, durante o qual não venderão ações da empresa. Esse movimento faz parte de um plano de reestruturação mais amplo, que inclui a injeção de R$ 10 bilhões na empresa imediatamente, com a possibilidade de adicionar R$ 2 bilhões adicionais em duas parcelas, em 2026 e 2027.
Os bancos credores também participarão do plano de reestruturação, convertendo parte da dívida da empresa em ações e aderindo a um pacote de R$ 10 bilhões. Eles também concordaram com um período de lock-up para pelo menos parte de sua participação na Americanas.
Espera-se que um acordo final sobre o plano de reestruturação seja alcançado nas próximas semanas. Enquanto isso, os investidores e o mercado em geral estarão observando de perto os próximos passos da Americanas.