Após dois dias de reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou hoje que decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano. É o nono aumento consecutivo da taxa básica de juros.
A decisão foi tomada na 245ª reunião do comitê, a segunda de 2022, realizada entre terça (15) e quarta (16). A elevação da taxa em um ponto percentual vem por conta da inflação, que ainda persiste mesmo com o aperto monetário promovido pelo Copom desde o primeiro semestre do ano passado.
No último Boletim Focus, a projeção da inflação brasileira para 2022 ficou em 6,45%, bem acima do teto da meta imposta pelo Banco Central no início do ano. Com a elevação da taxa básica de juros, o Copom tem como objetivo desestimular o consumo para frear a inflação.
“A inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente. Essa surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos itens associados à inflação subjacente “, apontou a nota publicada pelo Banco Central. Segundo o Copom, o cenário externo também foi um fator de pressão desde a última reunião.
“No cenário externo, o ambiente se deteriorou substancialmente. O conflito entre Rússia e Ucrânia levou a um aperto significativo das condições financeiras e aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. Em particular, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas”.
Seguindo o cenário de referência, a entidade estima que a taxa básica de juros encerre 2022 em 12,75% ao ano. Para 2023, o Copom projeta que a Selic encerre o ano em 8,75% ao ano. Para a inflação, o Copom projeta que o IPCA feche em 7,1% em 2022 e 3,2% em 2023
Este ‘cenário de referência’ citado pelo Copom considera uma taxa de câmbio do dólar em aproximadamente R$ 5,05