A Medida Provisória (MP) que deixa o caminho aberto para a privatização da Eletrobras foi aprovada no Senado Federal. Agora, o texto segue para a Câmara dos Deputados com mudanças sob o risco de caducar por falta de tempo.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a dar sinais diferentes sobre o Renda Cidadã e confirma que o programa deve pagar R$ 285 reais na média. Segundo a equipe de Guedes, os pagamentos devem ficar em R$ 250.
Com poucos itens na agenda, o destaque do dia fica para a declaração de política monetária japonesa, que pode indicar avanços, ou retrocessos, da economia asiática.
Quanto às bolsas, os efeitos da fala do Fed ainda são sentidos, com boa parte dos índices registrando baixas no início da manhã.
Esses e outros destaques você confere agora.
MP DA ELETROBRAS É APROVADA NO SENADO COM MUDANÇAS
A Medida Provisória (MP) que deixa o caminho aberto para a privatização da Eletrobras foi aprovada no Senado Federal nesta quinta-feira (17). Marcada por “jabutis”, o projeto deve retornar à Câmara dos Deputados já que mudanças foram feitas por senadores.
A votação na Câmara dos Deputados está prevista para acontecer no dia 21, na segunda-feira, um dia antes da MP perder a validade, colocando a privatização da Eletrobras sob risco de “caducar”.
A votação no plenário terminou com o placar de 42 a 37 após a análise de três versões do texto analisadas pelo relator da MP, o senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Os chamados “jabutis” são emendas propostas que não tem correlação direta com o assunto principal da MP, que é a privatização. Para tentar angariar votos e conseguir passar o projeto antes que caduque, diversas mudanças foram aprovadas, que podem inclusive aumentar a conta de luz do brasileiro.
Confira as principais mudanças aprovadas:
- Contratação de termelétricas movidas a gás natural: 8 mil MW devem ser contratados, com a previsão de início das atividades marcada entre 2026 e 2030. Como a energia contratada nas termelétricas é mais cara que o padrão, sobe o risco de aumento da conta de luz dos brasileiros.
- Reserva de mercado para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs): a obrigatoriedade preocupa o setor econômico, já que não colabora com a livre concorrência e corre o risco de se gastar mais.
- Prorrogação das Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa): os contratos devem ser prorrogados por mais 20 anos.
- Indenização ao Piauí: por conta da privatização da Cepisa em 2018, a Eletrobras terá que pagar R$ 260 milhões até 2023.
Um “jabuti” que acabou sendo desconsiderado é a previsão de extensão do programa de subsídios para a geração de energia elétrica à base de carvão, movimento promovido pela bancada de Santa Catarina, que possui uma economia sólida na base da extração do minério.
BOLSONARO SINALIZA QUE BOLSA FAMÍLIA DEVE SER DE R$ 280, CONTRARIANDO A EQUIPE ECONÔMICA
O presidente Jair Bolsonaro se corrigiu nesta quinta-feira (17) e disse que o novo Bolsa Família, que deve-se chamar Renda Cidadã, deve sofrer um aumento de 50%, elevando a média de pagamentos de R$ 190 para R$ 285.
No início desta semana, ele havia indicado que os pagamentos do programa ficariam na média de R$ 300.
“Está sendo negociado para aumentar aí 50%. Até dezembro. Houve inflação sim. Alimento subiu no mundo todo e foi agravado pela pandemia do fique em casa”, disse o presidente.
O novo valor indicado por Bolsonaro ainda é diferente do apresentado pela equipe econômica. Segundo a pasta, os pagamentos devem ficar na média de R$ 250. A preocupação é que se os valores passarem do previsto, corre o risco de furar o teto de gastos.
Saiba mais
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AGENDA
A agenda de hoje é marcada pela declaração de política monetária no Japão feita pelo Bank of Japan. Atualmente, a Ásia passa por novas ondas de COVID-19, provocando restrições sociais e prejudicando as economias.
No Reino Unido, as vendas do varejo no mês de maio retraíram em -1,4%, ficando bem abaixo das expectativas de economistas, que projetavam uma alta de 1,6% nas vendas.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) na Alemanha fechou em 1,5% em maio, ficando bem acima das expectativas de 0,7%, e uma aceleração comparado com a alta de 0,8% em abril.
No Brasil, às 16h30, as posições líquidas de especuladores são publicadas pela CFTC Commitment of Traders.
BOLSAS E CÂMBIO
O mercado internacional segue reagindo aos efeitos provocados pela fala do Fed na quarta-feira (16), com a maioria dos índices europeus iniciando a manhã registrando quedas.
Segundo o Fed, embora os recentes efeitos inflacionários dos Estados Unidos sejam temporários, os juros do país, que estão em baixa recorde, poderão sofrer mudanças em 2023.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): –0,39%, indo a 457,54 pontos
- DAX (GDAXI): -0,72%, indo a 15.613,70 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -1,00%, indo a 7.082,15 pontos
- CAC 40 (FCHI): -0,33%, indo a 6.644,59 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): -0,82%, indo a 25.501,50 pontos
Mesmo sem muitas previsões de mudanças, os índices asiáticos aguardam a publicação do Bank of Japan sobre a política monetária do Japão para os próximos meses.
Os índices fecharam de forma mista.
- Hang Seng (HK50): +0,82%, indo a 28.753,00 pontos
- KOSPI (KS11): +0,09%, indo a 3.267,93 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -0,01%, indo a 3.525,10 pontos
- Nikkei 225 (N225): -0,19%, indo a 28.964,08 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,01%, indo a 5.101,47 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,14%, indo a 14.176,00 pontos
- Dow Jones Futuros: -0,18%, indo a 33.632,50 pontos
- S&P 500 Futuros: –0,12%, indo a 4.207,12 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta sexta-feira (18):
- Às 9h03, o Dólar caiu –0,32%, a R$ 5,00
- Às 9h03, o Euro caiu -0,28%, a R$ 5,96
Foto: Agência Brasil / Reprodução
