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Inflação: BC admite que IPCA ficará acima da meta em 2022

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O Banco Central (BC) admitiu nesta quinta-feira (30) que a meta da inflação não será cumprida em 2022. A informação está no relatório trimestral de inflação da instituição, publicado na manhã de hoje. 

Segundo as projeções publicadas hoje, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve finalizar 2022 com uma alta acumulada de 8,8%. O número está acima do intervalo de tolerância (5,0%) da meta para a inflação (3,5%) feita pelo BC. 

No relatório anterior, publicado em março deste ano, o BC apontava uma chance de 88% para a inflação estourar a meta em 2022. Agora, no documento publicado na manhã desta quinta, a instituição já aponta 100% de chances de ficar acima do teto da meta. 

Lembrando que a meta central da inflação é uma referência, o BC considera a mesma oficialmente cumprida caso o IPCA fique até 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do objetivo. Para 2023, a meta da inflação foi fixada em 3,25% e será considerada cumprida caso fique entre 1,75% e 4,75%. 

O BC aponta que o pico da inflação já passou, quando o IPCA chegou a um acumulado superior a 12% em abril. Além de terminar o ano em 8,8%, o indicador deve seguir desacelerando e a instituição projeta que o mesmo terminará os anos de 2023 e 2024 em 4,0% e 2,7%, respectivamente. 

CONJUNTURA ECONÔMICA 

De acordo com o relatório, fatores externos têm influenciado a inflação a nível global e devem continuar no radar ao longo dos próximos meses como riscos inflacionários. Os surtos de Covid-19 na China, que trouxeram novamente os lockdowns para a realidade do país, e o conflito entre Rússia e Ucrânia comprometem o ritmo da recuperação da economia global. 

“Em economias avançadas, a inflação continua se elevando, atingindo, em quase todos os países, os maiores patamares em décadas”, aponta o relatório do BC. Essa escalada da inflação força os bancos centrais destas economias a promover um aperto monetário, outro fator que coloca em xeque a atividade econômica. 

“Além disso, como o conflito no leste da Europa segue sem resolução, a aversão global ao risco continua elevada e permanece a pressão nos preços das commodities em que Rússia e Ucrânia são relevantes na oferta global, como trigo, milho, petróleo, gás natural, diesel, commodities metálicas, e fertilizantes, entre outros”. 

No cenário doméstico, o BC aponta que os dados do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2022 mostraram um crescimento acima do esperado na economia. Essa surpresa positiva impactou diretamente nas projeções do mercado e do BC, que foram revisadas para cima. 

“Essas surpresas se refletem em revisões positivas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que passaram de 0,5% para 1,4% entre analistas do mercado e de 1,0% para 1,7% na projeção do Banco Central”, aponta o documento.


Saiba mais 

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O BC aponta ainda que houve um avanço no consumo das famílias brasileiras até aqui em 2022. O relatório credita essa melhora a uma série de fatores: a recuperação do mercado de trabalho, a antecipação dos pagamentos do abono salarial no primeiro trimestre e o aumento no valor distribuído através de programas sociais. 

No cenário fiscal, o relatório apontou uma redução nas projeções de dívida. Entre o relatório anterior e o divulgado hoje, as expectativas do Questionário Pré-Copom (QPC) para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em 2022 passaram de 83% para 79% do PIB. Esse movimento ocorre em linha com as projeções do Boletim Focus. 

Para conferir na íntegra o relatório de inflação do BC de junho, clique aqui

Guilherme Guerreiro

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