De acordo com dados do U.S. Bureau of Labor Statistics publicados na manhã desta terça-feira (12), a inflação oficial dos Estados Unidos subiu 1,2% em março na comparação com o mês imediatamente anterior, quando subiu 0,8%.
É a primeira vez que a taxa inflacionária dos EUA registra resultados acima de 1% desde julho de 2008, quando subiu 1,1% em meio a uma crise global.
Considerando o acúmulo dos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA registra alta de 8,5%, uma aceleração comparada com a taxa anual do mês anterior (7,9%) e a maior taxa em 40 anos.
Segundo o U.S. Bureau of Labor Statistics, o grande vilão para o mês de março foi o mercado energético, que subiu 11% no mês, uma aceleração considerável considerando o crescimento de 3,5% no mês anterior, e acumula alta anual de 32%.
Considerando a taxa anual, a gasolina dos norte-americanos subiu 48%, impulsionada principalmente pela guerra na Ucrânia. A Rússia, que possui uma relação de dominância no mercado energético Europeu, está proibida de exportar sua principal matriz energética, de petróleo e gás natural, para os Estados Unidos.
A proibição parte da lista de sanções aplicadas pelos países devido à invasão promovida na Ucrânia. Além do desastre humanitário, o conflito gera uma alta severa nos preços das commodities, levando o barril de brent, do Mar do Norte, a passar de US$ 135 nas primeiras semanas.
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Abaixo, acompanhe a variação do preço anual das categorias econômicas que compõe o IPC dos EUA:
No mês de março, os alimentos apresentaram alta de 1%, enquanto a alimentação em domicílio subiu 1,5% no mesmo período. Considerando a taxa anual, o crescimento foi de 8,8% dos alimentos e 10% da alimentação em domicílio.
Segundo a pesquisa, a alimentação fora de casa subiu 6,9% na taxa anual, o maior crescimento desde dezembro de 1981. Neste caso, o índice de carnes, aves, peixes e ovos subiu 13,7% na taxa anual, enquanto o crescimento das carnes foi de 16%.
Considerando o núcleo da inflação dos EUA (IPC-Núcleo), que exclui as variações dos alimentos e mercado energético, a alta foi de 0,3% em março na comparação mensal, pressionada pela variação de 0,5% da habitação. Segundo a pesquisa, o índice do aluguel subiu 0,4% no mês.
Na taxa anual, o IPC-Núcleo subiu 6,5%, a maior taxa em 40 anos e representando uma aceleração de 0,1 p.p. comparada com o mês anterior.
Uma alta taxa inflacionária aumenta as pressões sobre o Federal Reserve do país, que recentemente aumentou a taxa variável dos juros em 0,25 p.p. para tentar ter um controle maior sobre a alta dos preços. Segundo o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), mais seis reajustes devem marcar o ano.