2021 foi um ótimo ano para as startups brasileiras, especialmente as que chegaram ao cobiçado valuation de US$ 1 bilhão, recebendo o título de unicórnio. No ano passado, 10 novos unicórnios nasceram no Brasil, elevando o total para 21 na virada do ano.
O termo ‘startup unicórnio’ foi criado em 2013 pela fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee, e até hoje é usado para simbolizar as startups, principalmente as do ramo tecnológico, que atingiram o valor de mercado de US$ 1 bilhão, não abriram seu capital e possuem o potencial de disrupção tecnológica no mercado.
Entre os novos unicórnios brasileiros estão a MadeiraMadeira, Hotmart, Mercado Bitcoin, CloudWalk e Merama. Agora, elas fazem parte do seleto grupo de empresas brasileiras que representam um crescimento exponencial do interesse de investidores estrangeiros no país.
Quando foi criado, o termo startup unicórnio se referia a um pequeno grupo de 39 empresas, já que o animal mitológico é tão raro quanto uma startup atingir US$ 1 bilhão. Hoje, porém, já existem mais de 900 unicórnios espalhados no mundo inteiro, e esse número só deve subir.
Por isso, economistas já começam a criar nomenclaturas novas, e mais raras, para startups que atingem números impressionantes. A ByteDance, por exemplo, que está no topo do mundo, já possui um valuation acima de US$ 140 bilhões.
“Dragões são mais fortes”
Startup dragão é um termo já usado há algum tempo, mas recentemente foi amplamente promovido por Dan Primack, Diretor econômico do jornal Axios. Ele argumenta que os unicórnios não são mais tão raros e impressionantes como antes.
O argumento de Primack nos leva novamente para 2013, momento em que startups unicórnios eram quase que uma “anomalia”, o início de uma tendência global em um mundo mais tecnológico. Hoje em dia, chegar a US$ 1 bi é um processo mais “natural”, embora ainda seja muito difícil.
“US$ 1 bi não é mais tão legal”, argumenta Primack. “Não é raro se existem mais de 800 deles, e certamente não mais mítico”.
Por isso, surgiu a necessidade da criação de um novo termo, com novas barreiras a serem quebradas.
“Dragões são muito maiores, mais fortes e mais inspiradores que unicórnios”, diz um artigo de Primack do ano passado. “Eles destroem tudo que estão no caminho, e essa destruição é geralmente vista como catastrófica (pelo menos em Game of Thrones)”.
Neste caso, as startups dragões são aquelas que atingem US$ 10 bilhões em valuation. No mundo, elas são 24, de acordo com Primack, sendo que 11 delas estão nos Estados Unidos.
Entre os dragões, estão a SpaceX, de Elon Musk, SHEIN, Instacart, Epic Games, Fanatics, OpenSea e ByteDance.
Saiba mais
De onde surgiu o termo “startup unicórnio”?
Dragão brasileiro e futuros unicórnios
Antes de abrir seu capital na Nasdaq, a Nubank (NU) foi a primeira startup dragão do Brasil, passando de US$ 10 bilhões de valor de mercado em 2019. Atualmente, é a única startup brasileira a atingir o feito.
Embora não tenhamos outros dragões por aqui, tempos uma lista farta de startups que podem virar unicórnio em 2022. Abaixo, confira algumas delas:
A55: fintech fundada por André Wetter e Hugo Mathecowitsch em 2017 que fornece crédito para empresas do setor de tecnologia.
Alice: do setor de saúde, a startup quer ser uma solução rápida e segura para a saúde de pessoas físicas.
Cora: fintech especialista em contas digitais que permite receber e efetuar pagamentos.
Descomplica: do setor de educação e focado em cursos de pré-vestibular.
Kovi: focada em aluguel de carros para motoristas de aplicativos.
Petlove: e-commerce de produtos para pets que hoje conta com plataformas de saúde, passeio e educação.