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Entenda quais são os fatores que mantêm o dólar abaixo de R$ 5,00 nesta semana

3 Minutos de leitura

Após o fechamento do mercado nesta terça-feira (22), o dólar, que vem representando quedas ante ao real nesses últimos meses e fechou em R$ 4,96 após cair 1,11%, segue em ritmo de queda no início da manhã de quarta-feira (23).

Às 9h34, o dólar comercial está valendo R$ 4,94 na compra, uma variação de -0,41%.

A última vez que o dólar ficou abaixo de R$ 5,00 foi no dia 10 de junho de 2020, quando a moeda fechou em R$ 4,93.

Vários fatores contribuem para a variação positiva do real ante a moeda norte-americana, desde fatores internos à motivações macroeconômicas que marcam o primeiro semestre de 2021. Em um primeiro momento, vamos abordar os fatores econômicos que afetam o mundo inteiro.

Estados Unidos e os juros baixíssimos

Em países desenvolvidos como os Estados Unidos e China, o primeiro semestre de 2021 é marcado pela superação da pandemia e forte retomada econômica, impulsionadas pelo retorno da normalidade nos setores e pelo fim das medidas restritivas mais pesadas para controlar o avanço do COVID-19.

Os bons resultados para os Produtos Internos Brutos (PIB) dos Estados Unidos não são por acaso. Além da manutenção da taxa de juros em níveis baixíssimos, o país aprovou planos trilionários de incentivo à economia, beneficiando diretamente a população, empresas e setores de saúde e educação.

No primeiro trimestre de 2021, o GDP (PIB) dos EUA inflou em 6,4%.

Dois aspectos dos estímulos do país para a economia são importantes para compreendermos o dólar abaixo de R$ 5,00 hoje: commodities e juros baixos.

Atualmente, o mercado internacional passa por um ‘boom’ dos preços das commodities, também chamado de superciclo. A alta nos preços se dá pela grande linha de investimentos em infraestrutura feitos pela China e pelos EUA.

Neste caso, se beneficiam os países exportadores de matéria-prima, como o Brasil. O resultado disso é um superávit externo inédito na balança comercial do país em maio, além de um bom desempenho da Bovespa.

Quanto aos juros baixíssimos nos EUA, sendo mantidos em 0% a 0,2%, os efeitos são um pouco mais imediatos. Taxas baixíssimas significam uma moeda com alta liquidez, aumentando a oferta por dólar e beneficiando países como o Brasil.

Outro fator mais recente que contribui para a queda do dólar é a declaração do chairman do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell. Segundo o presidente da entidade, os efeitos inflacionários do país são temporários, mas já existem indícios de altas nos juros do país em 2023.

Selic mais alta

Na direção contrária dos Estados Unidos, a taxa básica de juros brasileira, a Selic, já saiu dos valores de baixa recorde. Atualmente, de acordo com a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a meta Selic está em 4,25%.

Por conta de efeitos de carry trade, que consiste na prática de tomar dinheiro de um país a juros baixos (EUA) e aplicá-lo em outro (Brasil), a alta na Selic significa, de uma maneira prática, um Real mais forte.


Saiba mais

Entenda como o ‘boom’ das commodities deve levar o Brasil a um inédito superávit externo


Vai se manter abaixo de R$ 5,00?

A manutenção do dólar abaixo de R$ 5,00 também depende de uma série de fatores para se concretizar. Nos Estados Unidos, enquanto durar os juros baixíssimos, impulsionando a economia e dando mais liquidez ao dólar, a moeda norte-americana tende a desvalorizar-se.

No Brasil, a resolução de fatores internos é de suma importância para o bom desempenho do Real.

Um dos fatores que empacaram o bom desempenho foi o Orçamento para 2021, que demorou para ser aprovado. Embora ele ainda apresente polêmicas, com o chamado “orçamento paralelo”, o problema é considerado como solucionado.

Mesmo assim, o mercado fica atento aos furos no Teto de Gastos, que se acontecerem, pode significar para investidores estrangeiros que o país não cumpre com as responsabilidades fiscais.

No momento, o mercado acompanha os efeitos inflacionários na economia, impulsionados recentemente pela crise hídrica no sudeste e centro-oeste do país. Isso pode significar altas acentuadas não só da inflação, mas da Selic também, já que as taxas básicas de juros são um dos instrumentos usados pelo Banco Central (BC) para tentar controlar a alta nos preços.

Assim como nos Estados Unidos e Europa, o bom desempenho da economia brasileira também depende da superação da pandemia, possível apenas com a vacinação em massa da população. O governo federal atrasou nas primeiras chances de tratativas de compra de imunizantes, e agora corre contra o tempo para começar o segundo semestre do ano como uma das nações que mais vacinam.

Foto: Reuters / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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