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Você se lembra de tudo que aconteceu em 2021?

9 Minutos de leitura

2021 certamente foi um ano inesquecível, e por diversos motivos. Acompanhamos fatos globais históricos, como o desenvolvimento recorde de vacinas contra um vírus que já havia causado grandes danos na economia mundial. 

Na mesma direção positiva, as economias globais já experimentam de um momento conhecido como o pós-pandemia, com grandes potências já retomando à normalidade com o avanço da imunização da população. 

Nos Estados Unidos, a injeção de trilhões à economia contribuiu para que a população mantivesse um certo nível de consumo apesar do avanço da pandemia no país, ao mesmo tempo que grandes planos de infraestrutura fossem executados. 

No Brasil, um início conturbado nos planos de imunização da população, contando com atrasos nos fechamentos de negócios com laboratórios, não impediu que o país passasse da marca de 65% da população totalmente vacinada, passando inclusive de países desenvolvidos como os Estados Unidos. 

Por outro lado, talvez não tão otimista, acompanhamos a jornada da economia brasileira para um cenário marcado por riscos e incertezas quanto ao futuro do país. 

Hoje, você vai conferir os principais acontecimentos de 2021 que marcaram o ano do mercado financeiro. 

Onde foi parar a economia brasileira? 

A situação econômica brasileira pode ser sentida nas prateleiras de supermercados. As pressões inflacionárias fizeram parte da rotina do brasileiro em 2021, que sentiu no bolso a alta dos preços de praticamente todos os setores da economia brasileira. 

Um dos instrumentos mais importantes para a tentativa de controle da inflação é a meta Selic, conhecida como a taxa básica de juros brasileira. De forma direta, um aumento da taxa Selic pode significar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) está identificando uma pressão inflacionária mais forte. O aumento dos juros esfria a economia e provoca o desaquecimento dos preços. 

Na direção oposta, a redução da Selic contribui para o crescimento econômico e a alta saudável dos preços. É um cenário favorável para investidores que têm interesse de injetarem dinheiro no Brasil. 

Abaixo, acompanhe a retrospectiva da economia brasileira em paralelo com os reajustes da Selic, a taxa básica de juros brasileira: 

Em janeiro, o Copom manteve em 2,00% ao ano a Selic (21/01

A taxa já estava em 2% a.a. a quatro reuniões seguidas, mas já alertava acerca das pressões inflacionárias impulsionadas pela alta dos alimentos. 

Na época, o Boletim Focus semanal do Banco Central (BC), que conta com a contribuição de mais de 100 instituições financeiras, apontava que o IPCA, a inflação oficial brasileira, terminaria o ano em 3,50% (25/01). 

As primeiras crises na Petrobras já começavam a dar as caras. Em fevereiro, após a demissão do presidente da estatal, as ações da petroleira despencaram 16,5% (22/02), refletindo o receio dos investidores de que uma guinada populista poderia causar intervenções nos preços dos combustíveis. 

O início de 2021 no cenário internacional também foi conturbado. 

Após a confirmação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, apoiadores de Donald Trump promoveram uma invasão do prédio do Capitólio, em Washington (07/01), poucos dias antes do republicado sofrer o segundo processo de impeachment na Câmara de Representantes (14/01). 

Com a vitória consolidada, Biden anunciou um pacote de US$ 1,9 trilhão (15/01) para o país, beneficiando a infraestrutura, população e diversos setores da sociedade. A partir daí, porém, começavam a surgir preocupações quanto a escalada da inflação (20/05) e as relações China-EUA (20/01). 

Em março, o Copom promoveu o primeiro reajuste da Selic no ano, quando ela passou para 2,75% a.a. (18/03). 

Na mesma semana, o Boletim Focus já apontava para um IPCA a 4,60% e a Selic a 4,50% a.a. (15/03). 

A alta súbita nas projeções veio acompanhada de uma inflação acima do esperado, quando fechou em 0,86% em fevereiro (11/03), impulsionada principalmente pelo cenário de incertezas quanto ao avanço da vacinação no Brasil. Na época, a prorrogação do Auxílio Emergencial e a PEC emergencial também estavam no radar dos economistas (12/03). 

Em maio, a Selic saltou para 3,50% a.a. (05/05

Na época, o Boletim Focus apontava para uma inflação a 5,04% (03/05). Na época, a inflação era pressionada pelo aumento no preço das commodities no cenário internacional e a elevação das bandeiras tarifárias. 

O mercado também já se preocupava com a alta acima do esperado da inflação dos Estados Unidos (14/05), que poderia indicar aumentos precoces nos juros básicos do país, que seguiam em baixa histórica. Enquanto isso, a CPI da Covid (14/05) já inundava o Brasil em um mar de incertezas políticas. 

No cenário internacional, as Olimpíadas de Tóquio marcaram a última semana de julho (23/07), contando com medalhas inéditas do Brasil (27/07) e um desempenho recorde (09/08). 

Em agosto, o mundo acompanhava de perto a retirada abrupta das tropas norte-americanas do Afeganistão (31/08), desencadeando na invasão do Talibã e a formação de um novo governo no país (08/09). 

Em setembro, a Selic passou para 6,25% a.a. (22/09). 

Na época, a alta nos preços de bens industriais pressionada a inflação, que fechou setembro em 1,16%, a maior da história desde 1994 (08/10). 

No nono mês do ano, o mercado acompanhava de perto a tramitação da PEC dos precatórios e reforma do Imposto de Renda (IR) (23/09), na época os dois grandes planos para o governo conseguir viabilizar o Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família. O cenário de riscos econômicos e preocupação com a guinada populista do governo fez com que 69% das pessoas acreditassem que a situação econômica brasileira piorou (20/09). 

Além dos preços dos alimentos e da energia elétrica, pressionada principalmente pela crise hídrica do Sudeste e Centro-oeste (15/09), as pressões inflacionárias já começavam a conhecer outro grande inimigo: os combustíveis, que passavam por constantes reajustes promovidos pela Petrobras (25/10). 

No fim de outubro, a Selic atingia 7,75% a.a. (27/10). 

Na época, segundo dados do IBGE de outubro, a inflação já acumulava alta de 10,67% na variação anual. 

O mês de outubro foi marcado pelas pressões ainda mais altas da inflação e por crise políticas. Na segunda metade do mês, os secretários do Orçamento e Tesouro Nacional pediram exoneração do cargo (22/10), aumentando as suspeitas de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, iria pedir exoneração do cargo. 

Nos últimos dias do mês, a Confaz congelou o ICMS (29/10) que incide sobre os combustíveis por 90 dias para tentar conter a alta dos preços, enquanto a Petrobras anunciava ainda mais ajustes (25/10). 

As pressões sob o lançamento do Auxílio Brasil, novo programa social do governo que pagará R$ 400 reais para os beneficiados, ficaram ainda mais fortes. O lançamento do programa social foi adiado (20/10), e a votação da PEC dos precatórios, essencial para a criação do programa, passava por adiamentos (28/10). 

O último reajuste do ano elevou a Selic para 9,25% a.a. (08/12

Foi o sétimo aumento consecutivo da taxa básica de juros brasileira, sinalizando que os efeitos inflacionários que pressionaram o país nos últimos meses seguem sendo um fator de preocupação. 

Em novembro, a inflação ficou em 0,95% segundo dados do IBGE (10/12), ainda pressionada pelos preços dos combustíveis. 

No Congresso Nacional, a PEC dos precatórios foi promulgada de forma fatiada (08/12) para que o governo não corra o risco de a proposta não ser votada antes do recesso parlamentar. 

A deterioração da situação econômica atingiu em cheio setores como o varejo, que retraiu 0,1% em outubro (08/12), e o de serviços, que caiu 1,2% em outubro (14/12). 

O ano da economia brasileira termina em uma nota de alerta, com uma inflação alta e um desemprego alto, embora tenha caído no terceiro trimestre (30/11). 

No cenário internacional, dezembro também é o mês marcado pela saída oficial de Angela Merkel do governo alemão (08/12), dando lugar a Olaf Scholz após 16 anos de poder. 


Como deve ficar o mercado em 2022? 

Você percebeu que uma palavra preocupou os investidores em 2021: inflação. 

A alta dos preços acontece no mundo todo após o baque da pandemia de COVID-19 em 2020. Em países como os Estados Unidos, trilhões de dólares foram injetados na economia para que ambiciosos planos de infraestrutura pudessem respirar. 

No mundo inteiro, a inflação acima do esperado contribuiu para o receio de investidores de que os juros baixos dos países desenvolvidos, que estão crescendo em um ritmo acelerado, sejam aumentados antes do previsto anteriormente. 

De acordo com analises da Morgan Stanley, 2022 deve ser marcado por um ano de picos na inflação dos países, mas acompanhado de uma redução considerável logo depois. Isso porque os preços das commodities deve estabilizar, além da normalização de problemas na cadeia de suprimentos. 

Por isso, mudanças nas políticas monetárias são esperadas nos países, mas os efeitos devem ser bem menos drásticos que os recentes pânicos do mercado sugerem. 


No mundo da tecnologia, 2021 foi um ano das criptomoedas e das meme stocks 

Há muito tempo você escuta sobre as criptomoedas, e todo ano parece ser ‘o ano das criptos’, mas 2021 é certamente especial. 

Em outubro deste ano, o Bitcoin (BTC), a criptomoeda mais popular do mundo, passou de US$ 66 mil (20/10), batendo um recorde absoluto do ativo virtual. Além do cenário favorável para a valorização, a criptomoeda foi oficialmente indexada na Nasdaq através de um ETF (15/10). 

Outra grande notícia marcou o mundo cripto em 2021: a oficialização do Bitcoin como moeda em El Salvador (08/09), passando a fazer parte do dia-a-dia de todas as empresas do ramo privado do pequeno país. 

Enquanto isso, na Tesla, de Elon Musk, o Bitcoin passou a ser aceito como método de pagamento (23/07). 

2021 não é apenas um ano do Bitcoin, porém. É o ano da Doge (DOGE), que passou por uma valorização intensa após ser listada na plataforma de trading Coinbase (04/06), embora também tenha passado por problemas com as declarações de Elon Musk (14/05). 

Você conhece as meme stocks? Tratam-se de ações de companhias que, por diversos motivos, são “adotadas” por comunidades online, que buscam pela sua valorização. 

Em 2021, a maior meme stock foi a GameStop (GME). As ações da companhia valorizaram mais de 83% em uma semana (26/01) após usuários da comunidade ‘r/WallStreetBets’, da rede social Reddit, valorizaram suas ações para atrapalharem os planos de hedge funds (14/04). 

Metaverso? 

2021 também é um ano de grandes revoluções tecnológicas nas maiores companhias do setor. Em outubro, o Facebook surpreendeu o mundo ao anunciar que sua controlada passará a se chamar ‘Meta’ (28/10), representando um novo passo da companhia em direção ao metaverso. 

Nas palavras do próprio Facebook: “O metaverso é a próxima evolução da conexão social. A visão da nossa companhia é de ajudar a trazer o metaverso à vida, então estamos mudando nosso nome para refletir nosso comprometimento com esse futuro”. 

Embora esteja em um estágio embrionário, terrenos virtuais já são vendidos no metaverso e movimentam centenas de milhões de dólares (07/12). 

Nova corrida espacial 

Muitos anos se passaram desde que o mundo acompanhou a primeira corrida espacial provocada pelos Estados Unidos e a Rússia durante a Guerra Fria. 

Desde lá, embora inúmeras conquistas tenham marcado o mundo da exploração espacial, é a primeira vez que algo do tipo acontece novamente, desta vez com um pretexto que independe de guerras. 

Em julho, Jeff Bezos embarcou na primeira viagem espacial da Blue Origin (20/07), sua companhia de turismo espacial, inaugurando uma nova era da exploração espacial. 

Sua concorrência não é fraca, e conta com a SpaceX, de Elon Musk, e Virgin Galactic, de Richard Branson. 2021 marcou o início do que pode ser uma nova era da corrida espacial, e 2022 promete ainda mais. 


O tempo passa rápido, mas 2021 foi histórico! 

A equipe Smart Money deseja um ótimo 2022 para todo os nossos leitores, e que os desafios e adversidades enfrentados em 2021 sejam apenas pequenos obstáculos na grande jornada da vida. 

Nunca subestime o poder que você tem de conduzir a vida em uma nova direção”, Germany Kent, jornalista. 

Juan Tasso - Smart Money

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